HISTÓRIA DA ALIMENTAÇÃO

28/01/2018

   A Alimentação é essencial para o homem desde o nascimento. É da alimentação que ele retira os nutrientes necessários ao funcionamento do organismo, ou seja, à vida.

      A história da alimentação é antiga. Acredita-se que o homem teria começado a se alimentar de frutos e raízes após observar o comportamento de outros animais. Depois teria passado a consumir carne crua e moluscos in natura. Mais tarde aprendeu, não se sabe como, a assar e cozinhar. Descobriu a cerâmica, terras e povos distintos e realizou inúmeras experiências com a alimentação, até chegarmos aos dias de hoje, onde contamos com uma ciência especializada no assunto: a Nutrição.

    Fazendo um passeio pela evolução da alimentação procurou-se fazer uma retrospectiva histórica sobre o panorama da alimentação mundial, desde a PRÉ-HISTÓRIA até a IDADE MODERNA/CONTEMPORÂNEA, senão vejamos:

1. Pré-História e Primeiras Civilizações:

      O homem, inicialmente, se alimentava de frutos e raízes. Posteriormente, com a presença do fogo e os resíduos de alimentação carnívora, o homem muda sua alimentação, outrora baseada apenas em frutas e vegetais para uma alimentação baseada na sua caça e pesca, passando a comer carne. Sem contar com técnicas de produção agrícola, o homem vivia deslocando-se por diversos territórios. Praticantes do nomadismo, os grupos paleolíticos utilizavam dos recursos naturais à sua volta. Depois de consumi-los, migravam para regiões que apresentavam maior disponibilidade de frutas, caça e pesca. Para fabricar suas armas e utensílios, os homens faziam uso de osso, madeira, marfim e pedra. Em razão dessas características da cultura material do período, também costumamos chamar esse período de Paleolítico ou da Pedra Lascada.

2. Antiguidade (4000 aC - 476 dC):      

      A disseminação do uso de diferentes tipos de alimentos entre os continentes se deve muito ao comércio, praticado pelos povos gregos e romanos, e à introdução de plantas e animais domésticos em novas áreas.

      Para o povo mais pobre, a carne o peixe eram um luxo, já que sua alimentação era feita a à base de pão, sopa de legumes e papas de cereais. Comiam também frutas e legumes. Bebiam vinho e cidra.

    É após do ano 1000 que a procura da comida se torna mais complicada, devido à diminuição das áreas destinadas às plantações. A carne era valiosa e escassa e, por isso, considerada sinônimo de prosperidade e abundância. A conservação dos alimentos consistia na salga e exposição ao sol.

    Portanto, o homem rico da antiguidade comia não somente por fome, para satisfazer uma necessidade elementar do corpo, mas também (e sobretudo) para transformar essas ocasiões em um momento de sociabilidade. As boas maneiras no banquete é percebida como um elemento ''fundador'' da civilização humana. 

3. Idade Média (476 dC - 1453 dC):

     Na idade Média, as especiarias e ervas aromáticas eram usadas em banquetes para ostentar riqueza. Durante os séculos XV e XVI, Portugal, Espanha e Veneza competiram no financiamento de viagens marítimas visando descobrir centros produtores de especiarias e apoderar-se delas. Essas viagens foram de grande importância para a descoberta de novos alimentos e especiarias, além de expressar o domínio econômico dos países que a realizavam. Durante a história, o poder econômico e o monopólio do comércio passou por vários povos e nessas conquistas e descobertas houve um intercâmbio de cultura, hábitos, culinária e conhecimentos.

     Para o povo mais pobre, a carne e o leite eram um luxo, e sua alimentação era feita a base de pão, sopa de legumes e cereais. Os poucos animais domésticos que existiam eram considerados animais de trabalho, essenciais para desenvolver o trabalho no campo, e não carne para comer.

      A nobreza medieval alimentava-se dos melhores tipos de carne. Os utensílios que utilizavam para comer eram de barro, madeira e prata. Uma das representações típicas da sociedade senhoril medieval era o banquete, havendo, na mesa, diversas qualidades de comida, dentre elas a carne assada que era considerada a refeição preferida dos nobres. Os legumes eram colocados marginalmente na mesa dos ricos e, de fato, os médicos não aconselhavam muito essas refeições a base de legumes, pois eram consideradas pouco digeríveis para os estômagos dos ricos da época, além de ser um sinal de fraqueza alimentar-se delas.

4. Idade Moderna (1453 dC - 1789 dC):

      Na idade Moderna, a agricultura que antes era de subsistência, passa a ter fins comerciais. Produtos como tomate, batata, milho, arroz e outras espécies alimentares tornam-se importantes na alimentação ocidental.
      O pão era bastante consumido por todas as classes sociais e as crises na produção de cereais durante esse período tiveram impacto direto sobre a mortalidade, acarretando terríveis períodos de fome, os quais dizimaram uma grande parcela da população.
      Esse período foi marcado pelas grandes navegações e pelo Renascimento, um movimento cultural que despertou para a liberação dos prazeres, dentre eles o gastronômico.
     O açúcar surge nessa época, sendo chamado de "ouro branco". Houve também intercambio gastronômico entre Europa, Ásia, Américas e África, dentre eles podemos citar a mandioca, o milho, a banana, o café, a batata e o chocolate.

5. Idade Contemporânea (1789 dC - dias atuais):

      A agricultura de mercado continuou crescendo na Idade Contemporânea e, com isso, passou a ser cultivada e consumida uma variedade cada vez maior de frutas e verduras. O consumo do açúcar, até então restrito às elites sociais, difundiu-se na alimentação popular. Houve aumento no consumo de ovos e especialmente de gorduras, tanto de origem vegetal quanto animal.

      O crescimento demográfico, industrialização, urbanização, muda o consumo e o estilo de vida, favorecendo o sedentarismo, a restrição da necessidade de gasto de energia para as atividades diárias e para o trabalho, além de facilitar o consumo de alimentos prontos e de alta densidade energética aumentado os problemas de saúde como a obesidade, a hipertensão e alguns tipos de câncer. A urbanização traz consigo as infecções advindas da água e alimentos contaminados.

   Surgiram as refeições tipo fast food, self-service, e os restaurantes que produziam alimentos em massa, como as pizzarias, começaram a ocupar a preferência das pessoas. Toda essa mudança ocorreu a falta de tempo e stress do dia a dia, favorecendo inúmeras alterações no padrão alimentar que nem sempre correspondiam ao ideal.

      Portanto, a alimentação nos dias de hoje é pobre em fibras, rica em açúcar e farinha refinada, fazendo com que a comida de verdade fosse deixada para traz e novos hábitos estão sempre surgindo, trazendo mudanças significativas para o homem em todo o seu contexto social.

Referências Bibliográficas: 

ABREU, Edeli Simioni de et al. Alimentação mundial: uma reflexão sobre a história .Saúde e Sociedade, São Paulo, v. 10, n. 2, p. 3-14 , dec. 2001. ISSN 1984-0470. Disponível em: <https://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/7058/8527>. Acesso em: 30 jan. 2018. doi:https://dx.doi.org/10.1590/S0104-12902001000200002.

SOUSA, Rainer Gonçalves. "Período Paleolítico"; Brasil Escola. Disponível em <https://brasilescola.uol.com.br/historiag/paleolitico.htm>. Acesso em 30 de janeiro de 2018. 

BRASIL. Alimentação e Cultura - NUT/FS/UnB - ATAN/DAB/SPS - Brasília, [2001?]. Disponível em   <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/alimentacao_cultura.pdf>.  Acesso em: 30 jan. 2018. 

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