Alimentação nos Dias Atuais

31/01/2018

  A industrialização, urbanização, globalização e a revolução tecnológica têm provocado grandes impactos sobre a saúde da população brasileira. Tais impactos, se dão devido a ocorrência das mudanças alimentares nas últimas décadas. Nesse contexto, o aumento da alimentação fora de casa e a preferência por compra de alimentos em supermercados, gerando o aumento no consumo de alimentos industrializados, diante da grande diversificação de gêneros alimentícios.

Outros fatores também tiveram uma influência sobre os hábitos alimentares, dentre eles:

  • Novas tecnologias aplicadas ao lar (geladeiras, congeladores e etc);
  • Esnobismo: literatura "gastronômica", desestabilizando as cozinhas regionais;
  • A inserção da mulher no mercado de trabalho: a profissão exercida fora de casa foi vista de modo positivo pelas mulheres, enquanto tarefas domésticas, incluindo cozinhar, foram entendidas como atividades de menor importância;
  • Os filhos: importante mecanismo de mudança na alimentação, tendo em vista que são bombardeados a todo tempo, seja pela escola, televisão ou redes sociais, com informações alimentares diversas. As crianças já não reconhecem mais os alimentos na sua forma convencional, mas apenas são influenciadas a identificá-los comercialmente.

 Diante de tantas mudanças, podemos visualizar algumas consequências no Brasil, tais como a implementação da industrialização pesada, o que fez surgir um novo padrão de desenvolvimento econômico, havendo melhor integração das cidades, ampliação do transporte público, ampliação da cobertura televisiva e radiofônica. Neste contexto, também houve uma supervalorização do consumo.

  Na contemporaneidade, a alimentação é caracterizada pelo estilo de vida moderno, marcado pela escassez de tempo para preparo e consumo de alimentos, o que leva à emergência de alimentos do tipo fast food, fenômeno originado nos EUA e difundido mundialmente. Portanto, podemos citar, a industrialização, a ampliação do comércio, a feminização da sociedade e as novas relações entre indivíduos e coletividade, como sendo as grandes mudanças ocorridas no mundo do trabalho, influenciando na origem do comensal moderno.

  Todas essas transformações foram acarretadas pelo fenômeno da Globalização que nada mais é do que o ápice do processo de internacionalização do mundo capitalista, caracterizada pelas informações que percorrem e afetam todos os países, atingindo a indústria de alimentos, o setor agropecuário, a distribuição de alimentos em redes de mercados de grande superfície e em cadeias de lanchonetes e restaurantes e, consequentemente, a humanidade.

  O Brasileiro, portanto, passa a adotar novos hábitos, criados pela indústria alimentar e marcados pelo consumo excessivo de produtos artificiais, em detrimento de produtos regionais com tradição cultural. Além do mais, surgem modismos na alimentação, tais como a medicalização (substituição nas relações entre homem e os alimentos - sociais, morais e gastronômicas - pelas razões médicas), promoção de discursos científicos dos modelos alimentares dos meios sociais dominantes, ocasionando a diminuição da importância do prazer e da sociabilidade, contribuindo para um processo de dessocialização das pessoas.

  Em contrapartida ao fast food, e tudo o que ele representa (mentalidade moderna global), surge o slow food difundindo a calma ao comer, o máximo proveito da refeição, considerando, além do conteúdo nutricional, os aspectos culturais do prazer. A proposta básica é resgatar os produtos gastronômicos ameaçados pelo processo industrial, pelas regras de grande distribuição e pela degradação ambiental.

  A publicidade e o marketing ganham importância dentro desse contexto, favorecendo a formação de novo hábitos alimentares e influenciando as escolhas de consumo.

  Portanto, podemos observar que a transição nutricional pela qual a sociedade tem passado é caracterizada por uma dieta extremamente calórica, rica em açucares e gorduras, e insatisfatória quanto ao aporte nutricional, ocasionando o surgimento e/ou agravamento de patologias como desnutrição, dislipidemias, obesidade e outras doenças crônicas não transmissíveis que estão intimamente ligadas a tais mudanças na alimentação do indivíduo.

  Ressalta-se, contudo, que as recomendações continuam apontando para a variedade de alimentos como principal estratégia na busca do equilíbrio alimentar, além do mais, a ciência tem demonstrado cada vez mais a importância do prazer de comer, sendo de vital importância o respeito as consequências do ato de alimentar-se.

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